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O passado nunca esteve tão presente. Em um mundo regido por algoritmos e pela velocidade das telas, um movimento silencioso — mas poderoso — vem ganhando força: o desejo por tudo aquilo que nos conecta com a memória. Da vitrola ao filme analógico, da estética dos anos 1990 ao modo de vestir dos anos 1980, a Geração Z está puxando o freio e olhando para trás como forma de encontrar sentido no agora.
Segundo dados divulgados pela ProXXIma em 2024, o consumo de produtos considerados “retrô” cresceu 32% entre jovens de 18 a 30 anos no Brasil. E o fenômeno não é apenas estético ou passageiro: trata-se de um novo comportamento, uma resposta emocional ao presente — e um manifesto silencioso contra os excessos do tempo atual.
Muito mais do que um estilo visual, o retrô tem sido adotado como linguagem emocional. A Geração Z — nascida entre 1995 e 2010 — cresceu num mundo hiperconectado, mas sente falta do contato tangível, do tempo mais lento, da autenticidade. Por isso, buscam referências no passado para se reconectarem com o real. Isso se traduz na popularidade de objetos como câmeras analógicas, fitas cassete, videogames antigos e até mobiliários vintage. Em 2023, o Pinterest já apontava que termos como “estilo y2k”, “cabelo retrô” e “moda anos 90” estavam entre os mais buscados na plataforma.
Esse comportamento se reflete em diversos setores: no design de interiores, vemos o retorno de papéis de parede, móveis em madeira natural e peças com cara de antiquário. No mercado da beleza, marcas apostam em embalagens com estética vintage e fragrâncias clássicas repaginadas. A moda, por sua vez, tem revivido calças de cintura baixa, tênis com visual retrô e bolsas que imitam décadas passadas. Dados da WGSN, autoridade mundial em tendências, apontam que o consumo baseado em nostalgia será um dos principais vetores de influência até 2026.
Curiosamente, é dentro das redes sociais que esse resgate floresce com mais força. Hashtags como #vintageaesthetic, #cottagecore e #throwback alimentam milhões de postagens que exaltam o passado com filtros sépia, músicas antigas e vídeos que simulam gravações em VHS. Essa contradição — usar tecnologia para exaltar o antigo — mostra que a busca não é pelo passado em si, mas por tudo que ele representa: calma, identidade, afeto. Um estudo da Nielsen apontou que conteúdos com estética retrô têm 45% mais engajamento emocional entre usuários da Geração Z.
Empresas já entenderam que o apelo retrô vai muito além da aparência. Lojas como Tok&Stok e Etna lançaram recentemente linhas com visual anos 60 e 70. Marcas como Melissa e Havaianas relançaram coleções clássicas. No universo da saúde e bem-estar, clínicas e consultórios apostam em ambientes com cara de lar: madeira aparente, aroma de lavanda, iluminação amarelada e recepções que lembram salas de estar. Tudo isso tem um objetivo claro: despertar a sensação de pertencimento, familiaridade e conforto.
Mas por que, afinal, essa geração se sente tão atraída por algo que não viveu?
A resposta está menos na cronologia e mais na simbologia. O retrô representa um tempo imaginado — ou desejado — onde tudo parecia mais simples, mais próximo, mais afetivo. É uma tentativa de fugir da pressa, da pressão da perfeição digital e da efemeridade das conexões instantâneas. Mesmo sem ter vivido os anos 70, 80 ou 90, a Geração Z encontra no retrô uma maneira de construir sua identidade de forma mais orgânica. O passado, aqui, é ressignificado como território emocional.
O retrô voltou, mas com novos códigos. Não é uma volta ao passado — é uma reconexão com tudo o que é essencial. Em tempos de excesso e velocidade, a estética vintage se torna uma resposta silenciosa e sofisticada ao caos. Porque talvez, no fundo, essa geração não queira ser como as anteriores. Ela quer lembrar quem sempre foi — e transformar isso em um novo presente com alma.
Written by: Amplificador Ghost
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