A Nova Era do Turismo Imersivo

O turismo internacional atravessa um momento de transformação. Com o avanço da conectividade, a valorização de experiências autênticas e a demanda crescente por sustentabilidade, o perfil do viajante mudou. Se antes a maioria buscava destinos emblemáticos para “ver de perto o que conhecia de longe”, hoje cresce o número de pessoas que escolhem viajar para sentir, interagir e pertencer temporariamente a outras culturas.

Vídeos institucionais, como o que circula atualmente em plataformas digitais reunindo paisagens aéreas, cidades icônicas e cenas cotidianas de diferentes países, refletem com precisão essa nova fase. A estética audiovisual tornou-se um vetor estratégico do turismo global. Ela influencia decisões, desperta desejos e reposiciona marcas, países e regiões inteiras diante do olhar do mundo.

Segundo o relatório da UNWTO (Organização Mundial do Turismo) divulgado em abril de 2025, 86% dos viajantes entre 25 e 44 anos afirmam que o principal motivador para escolher um destino é a “promessa de uma experiência visualmente marcante”. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok ocupam agora o mesmo patamar de influência dos sites de companhias aéreas ou operadoras de turismo.

Além disso, o aumento da mobilidade aérea e da digitalização dos serviços facilita o acesso a destinos que antes pareciam distantes ou restritos. Em 2024, o tráfego global de passageiros superou os níveis pré-pandemia, com mais de 4,7 bilhões de embarques em todo o mundo, segundo dados da IATA.

Entre os destaques de crescimento estão:

Turismo multi-destino: viagens que cruzam fronteiras com fluidez, aproveitando acordos regionais como o Espaço Schengen, na Europa, e os corredores andinos na América do Sul.

Turismo cultural urbano: a busca por cidades com identidade arquitetônica forte, gastronomia regional e espaços públicos vivos, como Lisboa, Medellín, Kyoto e Valparaíso.

Turismo aéreo panorâmico: empresas investem cada vez mais em rotas com janelas privilegiadas e conteúdos em voo que valorizam a paisagem — uma tendência inspirada pela estética de vídeos promocionais recentes.

Ao apresentar cenas captadas em diferentes partes do mundo — de sobrevoos costeiros a centros históricos repletos de vida — o material visualiza uma premissa clara: o turismo do presente é também uma vitrine de pertencimento global. O visitante quer se reconhecer nos lugares que visita, sem abrir mão do encanto e da autenticidade.

Outro fator decisivo é a integração entre produção audiovisual e estratégia turística. Países como Portugal, Japão e Emirados Árabes investem em campanhas com linguagem cinematográfica para posicionar seus destinos como experiências completas. O objetivo não é apenas atrair turistas, mas construir uma imagem de valor internacional.

O Brasil, por sua vez, prepara uma nova estratégia de promoção exterior focada na diversidade visual dos biomas, nas rotas integradas e no turismo de natureza. A Embratur já confirmou a expansão de acordos com companhias aéreas europeias e latino-americanas, além de novas campanhas voltadas ao mercado asiático.

A conclusão é clara: não basta estar preparado para receber turistas — é preciso saber contar uma boa história. E hoje, ela começa antes mesmo da compra da passagem. Começa com um vídeo. Com uma imagem. Com um olhar que desperta o desejo de embarcar.